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Perspectivas das políticas de regulamentação de criptomoedas na Coreia do Sul, Malásia e Indonésia

Este conteúdo é proveniente do Finternet 2025, Cimeira de Finanças Digitais Asiática, na mesa-redonda “Frentes Digitais da Ásia: Equilibrando Regulação e Crescimento Conformidade”, moderada por Angelina Kwan, Managing Director da Stratford Finance, com convidados Wong Huei Ching, Diretor de Regulação de Ativos Digitais e Criptomoedas da Autoridade de Serviços Financeiros da Indonésia (OJK), Uli Agustina, Diretora de Regulação de Ativos Digitais e Criptomoedas da Autoridade de Serviços Financeiros da Indonésia, e Harry Kim, Diretor Comercial da Kintsugi Technologies, Coreia do Sul.

Regulação na Ásia na Vanguarda, Impulsionando o Desenvolvimento Normativo do Mercado de Criptomoedas

Angelina Kwan: Acabo de regressar da Semana Blockchain na Coreia do Sul, onde a energia foi impressionante. Durante o evento, a bolsa de valores coreana também foi instada por várias partes a lançar rapidamente ETPs (Produtos Negociados em Bolsa), com comentários como “Hong Kong já lidera”, o que colocou muita pressão sobre eles. Agora, com um novo presidente, a Coreia está a avançar rapidamente com a Lei Fundamental de Ativos Digitais (DABA), e vemos a regulamentação a tomar forma. Harry, podes falar sobre o progresso regulatório atual na Coreia e como Hong Kong pode estar envolvido?

Harry: A Coreia do Sul tem um mercado de retalho de criptomoedas bastante ativo, e o novo presidente integrou os ativos digitais no plano nacional de inovação financeira digital. Estamos também a trabalhar na redefinição legal de “ativos digitais”, que antes eram chamados de “ativos virtuais”, agora a transição é para “ativos digitais”, para uma regulamentação mais clara.

A regulamentação já entrou na sua segunda fase, abrangendo não só as bolsas, mas também custódia, stablecoins, consultores, marketing e outros participantes. Embora as leis ainda não tenham sido oficialmente aprovadas, o rumo está definido: criar um sistema de supervisão mais completo e detalhado, para proteger os utilizadores e promover a normalização do mercado.

Na Coreia, a aprovação ou revisão de novas leis costuma demorar bastante: primeiro há um período de avaliação de cerca de um ano, depois um período de testes de um ano, e só então a implementação oficial. Assim, todo o processo normalmente leva entre um a dois anos.

Angelina Kwan: Isso também significa que Hong Kong ainda tem tempo para manter a liderança, o que é positivo. Para quem quer expandir de Hong Kong para a Coreia, este pode ser um momento oportuno.

No entanto, acredito que a infraestrutura na Coreia ainda não está totalmente madura. Hong Kong já possui bolsas licenciadas capazes de suportar a estrutura de produtos e o lançamento de ETPs, o que nos coloca bastante à frente. Se a Coreia quiser lançar ETPs agora, precisará estabelecer um sistema de suporte completo.

Ao conversar com alguns convidados na Coreia, também avaliamos que a bolsa de valores coreana (KRX) provavelmente lançará ETPs dentro de um ano. Confio que as autoridades reguladoras coreanas acelerarão o ritmo, e não podemos baixar a guarda.

Evolução da Regulação de Criptomoedas na Malásia desde 2019

Angelina Kwan: Wong, podes falar sobre os recentes avanços na regulação na Malásia?

Wong: Desde 2019, a Malásia integrou os ativos digitais no sistema de supervisão de valores mobiliários. Nos últimos cinco ou seis anos, conhecemos bem as bolsas registadas localmente e ganhámos confiança. Por isso, este ano realizámos uma avaliação faseada do mercado e constatámos que os ativos digitais estão a tornar-se parte de carteiras de investimento, com uma procura crescente por produtos mais complexos.

Decidimos, assim, atualizar as orientações regulatórias, que deverão ser publicadas no início do próximo ano. As novas regras darão mais autonomia às bolsas, deixando de ser uma supervisão “tipo ama” por parte do regulador. As bolsas poderão decidir autonomamente sobre a listagem de tokens, de acordo com os seus próprios mecanismos de governança.

Claro que, ao conceder mais liberdade, há maior responsabilidade. Exigimos que as bolsas reforcem o controlo interno na proteção dos investidores, incluindo a gestão de carteiras, requisitos de capital, etc. O objetivo é promover a institucionalização do mercado, atrair grandes instituições financeiras e reforçar a credibilidade dos ativos digitais no sistema bancário.

Para isso, realizámos reuniões conjuntas com o banco central, para promover o diálogo entre bancos tradicionais e equipas de conformidade de plataformas de criptomoedas, visando resolver questões de confiança e entendimento.

Atualmente, há 21 entidades ativas no ecossistema de ativos digitais na Malásia, incluindo fundos de criptomoedas, derivados, plataformas de negociação e serviços de corretagem que estão a ser lançados. Permitimos também que corretoras locais acessem pools de liquidez globais, oferecendo melhores preços aos clientes.

Outro foco importante é a tokenização de ativos. Queremos trazer as vantagens do mercado digital para o mercado de capitais tradicional, e estamos a desenvolver orientações regulatórias específicas, que esclarecem as responsabilidades dos emissores e intermediários, promovendo o desenvolvimento de uma indústria mais regulada. No ano passado, este tema quase não tinha repercussão, mas este ano a reação foi forte, até o banco central publicou um documento de discussão, demonstrando um forte consenso.

Criámos um sandbox para impulsionar projetos de tokenização de ativos e de pagamento e liquidação, explorando novas aplicações financeiras inovadoras.

Angelina Kwan: Embora isso possa não ser totalmente da tua competência regulatória, gostaria de saber qual é a posição do Banco Central da Malásia em relação às stablecoins. Elas estão em alta no mercado, especialmente na tokenização de ativos, podendo vir a ser principais meios de pagamento. Estão a colaborar com o banco central na elaboração de um quadro regulatório para stablecoins? Além disso, há produtos de stablecoins não licenciados no mercado, o que representa riscos e oportunidades de pagamento. Qual é a tua visão sobre a situação na Malásia?

Wong: Temos tido discussões extensas com o banco central e outras entidades reguladoras sobre stablecoins. De modo geral, o banco central apoia o desenvolvimento de stablecoins, especialmente aquelas lastreadas na ringgit malaia (MYR).

Há alguns meses, o banco central lançou um sandbox para que empresas possam apresentar casos de uso reais, testando stablecoins lastreadas em MYR. Tenho incentivado participantes do mercado de capitais e do setor de criptomoedas a explorar essa direção.

Achamos que, se for possível demonstrar uma demanda real por stablecoins em MYR, será mais fácil avançar na discussão sobre stablecoins em outras moedas. No fundo, tudo depende de — — se há uma necessidade prática.

Reforma do Sistema de Regulação de Ativos Digitais na Indonésia: Transferência de Supervisão para a OJK

Angelina Kwan: O mercado de ativos digitais na Indonésia tem crescido rapidamente, com um ecossistema bastante ativo. Pode compartilhar conosco as razões desse crescimento acelerado e as estratégias centrais para promover a conformidade na indústria de criptomoedas?

Uli: Esses avanços devem-se ao forte apoio do governo. De acordo com as recentes reformas de estabilidade financeira na Indonésia, os ativos digitais foram oficialmente classificados como ativos financeiros. Estamos numa fase crucial de transferência de supervisão — a antiga regulação pelo Ministério do Comércio está a ser transferida para a OJK, para uma supervisão unificada de exchanges e ecossistemas relacionados, colocando os ativos digitais ao lado de outros serviços financeiros.

Nos concentramos em criar um ambiente de mercado estável e conforme, reforçando a gestão de riscos e a proteção do consumidor. O ecossistema na Indonésia tem suas particularidades: criámos um comitê regulador, um sistema de classificação e uma câmara de liquidação, responsáveis pela liquidação e compensação de transações de criptomoedas.

Estamos a promover a integração do sistema bancário com as operações de criptomoedas, por exemplo, obrigando que todas as transações passem por bancos. Também criámos uma entidade de custódia oficial, exigindo que 70% dos ativos ou carteiras dos utilizadores estejam sob custódia dessa entidade, para garantir a segurança dos ativos. Nem todas as plataformas conseguiram cumprir inicialmente, mas estamos a trabalhar para que o façam progressivamente, fortalecendo a confiança do mercado.

Lançámos uma série de novas regulamentações com o objetivo de transformar os ativos digitais de meros instrumentos de especulação para participarem efetivamente na economia digital do país. Um exemplo é um projeto piloto que usa blockchain para registrar dados de criação de gado em Java, permitindo que pequenos criadores de gado, antes incapazes de obter empréstimos, possam agora aceder a financiamento. Esses projetos já estão integrados ao sistema bancário, mudando a narrativa de “não financiável” para “financiável”.

Também estamos a promover a tokenização de ativos como imóveis, jogos e propriedade intelectual, esperando que essas inovações sejam implementadas em breve. Como reguladores, fazemos uma análise rigorosa do capital e da governança das plataformas, com a expectativa de que elas possam futuramente participar não só do mercado secundário, mas também de ICOs ou IPOs.

Angelina Kwan: Quais desafios enfrentaram na regulação dessas empresas? Como os superaram?

Uli: Sem dúvida, especialmente na área de cibersegurança. Houve incidentes relevantes que expuseram fragilidades na infraestrutura. Por isso, colaboramos com múltiplos departamentos, não apenas a OJK. Investimos em educação e capacitação, e trabalhamos com universidades na Indonésia para formar talentos em engenharia de blockchain.

Na parte regulatória, incluímos a cibersegurança na estrutura geral de supervisão, criando mecanismos de resposta a emergências. Em parceria com o banco central, realizamos auditorias conjuntas em transações envolvendo bancos e gateways de pagamento, para garantir que os sistemas estejam protegidos. Assim, em caso de incidentes de segurança, podemos responder rapidamente e minimizar impactos.

Contratos Perpétuos e ETPs: Exchanges Reguladas Acelerando a Entrada no Mercado

Angelina Kwan: Observamos uma tendência clara de que os mercados tradicionais estão a avançar ativamente no setor de ativos digitais. Recentemente, participei de uma conferência onde um responsável por uma exchange licenciada do Sudeste Asiático anunciou o lançamento de contratos perpétuos (Perps), ou seja, futuros de ativos digitais disponíveis em exchanges reguladas.

Não só as autoridades reguladoras estão a impulsionar, mas também as exchanges tradicionais estão a entrar rapidamente. Por exemplo, a bolsa coreana (KRX) realizou recentemente uma reunião de cinco ou seis horas para discutir como lançar ETPs em exchanges tradicionais. Isso mostra que as forças do mercado e os reguladores estão a convergir rapidamente, impulsionando a evolução do mercado de criptomoedas para um ambiente mais regulado e institucionalizado.

Harry, a Coreia tem um forte patrimônio cultural, como o grupo de ídolos BlackPink. A KRX agora quer tokenizar esses ativos culturais. Como vês essa tendência? A Indonésia e a Malásia têm alguma exploração nesse campo de tokenização cultural?

Harry: Sim, a Coreia está a abrir o mercado de tokenização, mas a base legal ainda não está totalmente desenvolvida. Primeiro, há questões fiscais — atualmente, a Coreia ainda não possui um quadro fiscal claro, faltando regulamentações específicas para transações e gestão de ativos digitais. Sem regras fiscais definidas, as empresas hesitam em avançar.

Angelina Kwan: Hong Kong não tem esse problema fiscal.

Harry: Infelizmente, a Coreia começará a tributar em breve, com uma taxa prevista de 20% a 25%, possivelmente já no próximo ano. A clareza fiscal será o primeiro passo para impulsionar o mercado, esclarecendo as obrigações fiscais de indivíduos e empresas em relação a ativos digitais.

O segundo passo é a legislação. O Projeto de Lei de Ativos Digitais (Basic Act) está atualmente em discussão, incluindo regras para mecanismos de custódia. A custódia e a segurança das carteiras são aspectos críticos. A estrutura regulatória das exchanges já está pronta; assim que essas leis forem aprovadas, a KRX poderá iniciar projetos de tokenização em maior escala.

Perspetivas para 2026 na Malásia: Impulsionar Mais Produtos de Tokenização e Entrada de Grandes Instituições

Angelina Kwan: Pode compartilhar suas expectativas para 2026? Quais desenvolvimentos gostaria de ver realizados ou impulsionados no seu mercado?

Wong: Espero que, no curto e médio prazo, mais produtos sejam lançados, não apenas tokens listados em exchanges. Recebemos feedback positivo de várias instituições financeiras tradicionais, incluindo corretoras e gestores de fundos, que estão a preparar-se para emitir produtos de tokenização ou relacionados com criptomoedas. Essa é uma direção que esperamos muito para o próximo ano.

Também esperamos que mais grandes instituições entrem no mercado malaio. Algumas já estão em contacto conosco. Além disso, na área de tokenização de ativos, estamos a colaborar com o fundo soberano Khazanah para tokenizar seus títulos de dívida, com previsão de lançamento no próximo ano. Também estamos a negociar projetos de parceria público-privada, embora ainda estejam em fase de diálogo, o progresso é promissor.

Angelina Kwan: Vocês foram o primeiro país na Ásia a emitir licença de custódia regulada, o que é uma grande vantagem.

Wong: Sim, estabelecemos um sistema regulatório para custodiante de ativos digitais, e já emitimos três licenças. Também estamos a colaborar com bancos locais para que entrem na área de custódia. A resposta tem sido muito positiva, muitos bancos já estão a desenvolver planos nesse sentido. Acreditamos que os serviços de custódia vão apoiar ainda mais o crescimento do mercado de criptomoedas e tokenização na Malásia.

Perspetivas para 2026 na Indonésia: Reforma na Regulação de Derivados e Aceleração de Sandbox de Inovação

Angelina Kwan: Quais são os principais planos para 2026 na Indonésia? Que novos objetivos têm para produtos e serviços?

Uli: Planejamos elevar o nível operacional das exchanges até 2026, com a implementação de novas exigências regulatórias que reforcem a gestão de riscos e a proteção do investidor, promovendo maior estabilidade e sustentabilidade do mercado.

Vamos também avançar na regulamentação de derivativos, atualmente sob supervisão de entidades de commodities, com o objetivo de integrá-los num sistema regulatório unificado, semelhante ao de ativos digitais.

Na inovação, aceleraremos a implementação de vários projetos no sandbox regulatório, já em avaliação, com previsão de lançamento no próximo ano. Entre eles, projetos de tokenização de imóveis, ouro e títulos do governo, que são prioridades.

Nosso objetivo geral é transformar a economia digital em um pilar fundamental do desenvolvimento econômico nacional. Para isso, fortaleceremos a conexão com o sistema financeiro tradicional, incluindo bancos, gateways de pagamento e entidades de custódia. Também incentivaremos a emissão de mais tokens (ICO) no mercado.

Na parte institucional, reforçaremos a capacidade de reporte financeiro e avaliação, incluindo uma nova orientação sobre contabilidade de ativos digitais, com o objetivo de alinhar-se progressivamente às normas internacionais.

Por fim, na área de combate à lavagem de dinheiro, planejamos ampliar a cooperação regional para evitar arbitragem regulatória, especialmente em casos de roubos de carteiras ou transferências transfronteiriças, estabelecendo mecanismos de resposta rápida a incidentes de segurança cibernética.

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