A Reserva Federal vai baixar as taxas de juro em dezembro? Neste momento, o mercado já está praticamente todo apostado que sim — na reunião de política monetária da próxima terça e quarta-feira (9-10 de dezembro), um corte de 25 pontos base está praticamente garantido.
Vamos aos dados. A mais recente atualização da ferramenta "FedWatch" da CME mostra que a probabilidade de um corte de 25 pontos base disparou para 87%, restando apenas 13% de hipótese de não haver corte. Mais interessante ainda, a probabilidade de um novo corte de 25 pontos base já em janeiro do próximo ano subiu para 64%, e já há quem aposte num corte acumulado de 50 pontos base (probabilidade de 27%). O sentimento do mercado é claro.
Os grandes bancos de Wall Street andam também a ajustar previsões a todo o gás. A Morgan Stanley mudou de opinião subitamente a 6 de dezembro — e recorde-se que, devido aos dados de emprego robustos de setembro, tinham adiado a previsão de corte para 2026. Porque mudaram de ideias agora? Razão simples: os sinais dovish vindos da Reserva Federal antes da reunião são demasiado claros, e como o mercado já fez o pricing, a Fed dificilmente irá surpreender negativamente. A Morgan Stanley prevê mais dois cortes de 25 pontos base em janeiro e abril do próximo ano, com a taxa final a situar-se entre 3,00% e 3,25%.
O Bank of America também mudou de posição a 2 de dezembro, passando de "ficar quieto" para "cortar 25". Estão atentos ao enfraquecimento do mercado laboral — em novembro, o setor privado perdeu diretamente 32 mil postos de trabalho, a maior queda dos últimos três anos. Agora, as empresas estão numa de "nem contratam nem despedem", com sinais claros de arrefecimento económico.
Claro que instituições como a Goldman Sachs, JPMorgan e BlackRock já estavam há muito do lado dos cortes, sendo apenas o Standard Chartered uma das poucas vozes a defender que a Fed vai manter tudo como está.
Porque é que, de repente, todos estão tão certos de que vai haver corte? Três razões: os dados de emprego estão mesmo mais fracos; figuras centrais do Fed de Nova Iorque como Williams e o governador Waller têm dado sinais dovish de forma reiterada; e, além disso, do lado da Casa Branca, Hassett (um dos favoritos para futuro presidente da Fed) também é assumidamente dovish e defende que se baixe já as taxas para evitar um hard landing.
O que significa esta expectativa de cortes para o mercado cripto? A antecipação de maior liquidez e custos de financiamento mais baixos tende, em teoria, a beneficiar ativos de risco. Mas não esquecer: o mercado já antecipou este cenário, pelo que no dia em que se confirmar, pode muito bem ser aquele momento de "comprar no rumor, vender na notícia". A volatilidade de curto prazo vai depender do que Powell disser após a decisão — se ele sugerir que o ritmo de cortes em 2024 será mais lento, o sentimento do mercado pode inverter rapidamente.
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SmartMoneyWallet
· 18h atrás
87% de probabilidade? Eh, o mercado já precificou tudo há muito tempo, basta uma palavra do Powell para inverter tudo, e estes investidores de retalho ainda estão a sonhar.
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DaoTherapy
· 18h atrás
O efeito das boas notícias já está esgotado, já vi demasiadas vezes o mercado afundar precisamente no dia em que a descida das taxas de juro se concretiza. Preparem-se psicologicamente, pessoal.
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DegenDreamer
· 18h atrás
A probabilidade de 87% está praticamente garantida, mas aposto que o Powell vai lançar um fumo de distração... Quando o mercado já fixou o preço, é quando se torna mais perigoso.
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RatioHunter
· 18h atrás
87% de probabilidade já está preparada, mas basta uma palavra de Powell para deitar tudo a perder, o padrão de esgotar todas as notícias positivas é mesmo incrível.
A Reserva Federal vai baixar as taxas de juro em dezembro? Neste momento, o mercado já está praticamente todo apostado que sim — na reunião de política monetária da próxima terça e quarta-feira (9-10 de dezembro), um corte de 25 pontos base está praticamente garantido.
Vamos aos dados. A mais recente atualização da ferramenta "FedWatch" da CME mostra que a probabilidade de um corte de 25 pontos base disparou para 87%, restando apenas 13% de hipótese de não haver corte. Mais interessante ainda, a probabilidade de um novo corte de 25 pontos base já em janeiro do próximo ano subiu para 64%, e já há quem aposte num corte acumulado de 50 pontos base (probabilidade de 27%). O sentimento do mercado é claro.
Os grandes bancos de Wall Street andam também a ajustar previsões a todo o gás. A Morgan Stanley mudou de opinião subitamente a 6 de dezembro — e recorde-se que, devido aos dados de emprego robustos de setembro, tinham adiado a previsão de corte para 2026. Porque mudaram de ideias agora? Razão simples: os sinais dovish vindos da Reserva Federal antes da reunião são demasiado claros, e como o mercado já fez o pricing, a Fed dificilmente irá surpreender negativamente. A Morgan Stanley prevê mais dois cortes de 25 pontos base em janeiro e abril do próximo ano, com a taxa final a situar-se entre 3,00% e 3,25%.
O Bank of America também mudou de posição a 2 de dezembro, passando de "ficar quieto" para "cortar 25". Estão atentos ao enfraquecimento do mercado laboral — em novembro, o setor privado perdeu diretamente 32 mil postos de trabalho, a maior queda dos últimos três anos. Agora, as empresas estão numa de "nem contratam nem despedem", com sinais claros de arrefecimento económico.
Claro que instituições como a Goldman Sachs, JPMorgan e BlackRock já estavam há muito do lado dos cortes, sendo apenas o Standard Chartered uma das poucas vozes a defender que a Fed vai manter tudo como está.
Porque é que, de repente, todos estão tão certos de que vai haver corte? Três razões: os dados de emprego estão mesmo mais fracos; figuras centrais do Fed de Nova Iorque como Williams e o governador Waller têm dado sinais dovish de forma reiterada; e, além disso, do lado da Casa Branca, Hassett (um dos favoritos para futuro presidente da Fed) também é assumidamente dovish e defende que se baixe já as taxas para evitar um hard landing.
O que significa esta expectativa de cortes para o mercado cripto? A antecipação de maior liquidez e custos de financiamento mais baixos tende, em teoria, a beneficiar ativos de risco. Mas não esquecer: o mercado já antecipou este cenário, pelo que no dia em que se confirmar, pode muito bem ser aquele momento de "comprar no rumor, vender na notícia". A volatilidade de curto prazo vai depender do que Powell disser após a decisão — se ele sugerir que o ritmo de cortes em 2024 será mais lento, o sentimento do mercado pode inverter rapidamente.