Acreditamos que chegou a altura de construir onchain. As ferramentas amadureceram significativamente na última década, e graças a blockchains de baixo custo, stablecoins amplamente adotadas, carteiras intuitivas e à crescente adesão dos consumidores, a infraestrutura encontra-se finalmente preparada. Já observamos várias tendências relevantes que representam oportunidades extraordinárias para criadores em todo o mundo.
O início desta nova fase assinala a entrada numa era renovada da tecnologia financeira: Fintech 3.0.
Fintech 1.0 traduziu-se na digitalização inicial da finança nos anos 90, impulsionada por empresas como a PayPal. O grande avanço foi a confiança dos consumidores em efetuar pagamentos online.
Fintech 2.0, desenvolvida na última década por empresas como Stripe, Plaid, Brex e Chime, centrou-se na criação de APIs sobre o sistema financeiro tradicional. O principal progresso foram os fornecedores de banking-as-a-service (BaaS), que viabilizaram startups a inovar sobre a infraestrutura financeira já existente.
Estamos agora na era da Fintech 3.0. Esta etapa consiste em construir um novo sistema financeiro baseado em código. Um sistema onde pagamentos se liquidam instantaneamente, em qualquer lugar do mundo, a qualquer hora. Um sistema onde os utilizadores guardam os seus ativos em carteiras digitais sob controlo e custódia próprios, em vez de dependerem dos bancos.
Durante anos, a incerteza regulatória foi o maior entrave à Fintech 3.0. Com a aprovação do GENIUS Act—e potencialmente do CLARITY Act—passa a existir nos EUA um enquadramento regulatório claro para criptoativos, permitindo aos fundadores construir empresas onchain de referência com confiança. Esta é a maior oportunidade para startups cripto em muitos anos, e na YC e na Coinbase queremos apoiar e financiar quem pretenda aproveitá-la.
De seguida, destacamos algumas áreas que nos motivam especialmente a financiar, ainda que não sejam as únicas.
As stablecoins constituem o primeiro grande caso de sucesso da Fintech 3.0.
Stablecoins são ativos onchain cujo valor está indexado a outro ativo, como moeda fiduciária ou ouro, e foram concebidas para garantir estabilidade de preço. São ideais para pagamentos e apresentam vantagens claras face às transações financeiras tradicionais, sobretudo em transferências internacionais. Qualquer pessoa pode enviar uma stablecoin para qualquer parte do mundo, 24/7, por menos de 1 cent e em menos de 1 segundo, sem taxas de câmbio. Este cenário já é realidade: biliões de dólares em stablecoins já foram liquidados.
Já estão a surgir aplicações de stablecoin com milhões de utilizadores. Alumni da YC como Kontigo, DolarApp e Aspora estão a oferecer pagamentos e remessas instantâneas e económicas a milhões de pessoas na América Latina e no Sul da Ásia. A empresa El Dorado, apoiada pela Coinbase Ventures, marketplace para envio e receção de stablecoins na América Latina, processou 200 milhões $ para perto de 1 milhão de utilizadores no último ano—um claro sinal da procura crescente de cripto como proteção contra desvalorização monetária naquela região.
Não são apenas startups: a Coinbase lançou o seu Commerce Payments Protocol open-source em parceria com a Shopify, permitindo que qualquer operador de comércio eletrónico tradicional aceite pagamentos onchain com stablecoins—reunindo todos os benefícios dos pagamentos cripto (liquidações ultrarrápidas, taxas praticamente nulas) com a escala e segurança das funcionalidades habituais do e-commerce (captura diferida, apuramento fiscal, reembolsos).
O facto de as stablecoins prosperarem apesar dos obstáculos regulatórios revela a força da procura do mercado. Agora, a sua adoção nos EUA está prestes a acelerar depois da aprovação do GENIUS Act, que estabeleceu um sistema regulatório federal para stablecoins, à semelhança do sistema bancário. Desde a entrada em vigor do GENIUS Act, a capitalização total de mercado das stablecoins aumentou mais de 30 mil milhões $ e empresas como a Amazon e a Walmart já demonstraram interesse em lançar as suas próprias stablecoins.
Existem muitas oportunidades para inovar no setor das stablecoins, mas estamos especialmente empenhados em:
A mesma infraestrutura que permite o funcionamento das stablecoins pode ser aplicada a qualquer tipo de ativo. É aqui que a Fintech 3.0 revela o seu verdadeiro potencial. A tokenização redefine o conceito de ativo e a forma como é detido.
Tokenização significa representar ativos reais, como obrigações do Estado, participações em startups, obras de arte ou empréstimos, através de tokens digitais numa blockchain. O seu valor reside na possibilidade de ativos que antes eram ilíquidos e dependiam de múltiplos intermediários poderem agora ser detidos, negociados e utilizados por qualquer pessoa, em qualquer lugar.
Na prática, isto traduz-se em:
Este movimento já começou. Instituições como J.P. Morgan estão a lançar deposit tokens onchain, e startups como a Courtyard estão a tokenizar colecionáveis físicos. Surgem também novos ativos nativos onchain, como creator e content coins, tokenizados em Zora e Pump.fun.
Tudo isto impulsiona novas formas de negociação: empresas como a Axiom, alumni da YC, estão entre as startups YC de crescimento mais acelerado de sempre.
A infraestrutura fundamental já existe. Procuramos fundadores que criem produtos capazes de trazer todas as classes de ativos para o universo digital.
Estamos especialmente interessados em:
O onchain abre uma nova fronteira para apps e agentes que não eram possíveis na internet convencional. As blockchains podem ser encaradas como um novo sistema operativo: uma plataforma global e partilhada, excecional para o desenvolvimento de apps, sem um proprietário único e aberta a todos, sem necessidade de autorização. Com dinheiro enquanto software, os agentes estão preparados para atuar nesta nova economia.
Prevemos uma explosão de novas apps. Social, finanças, colaboração, jogos—tudo. Isto já está a acontecer em plataformas como a Base, onde pode recorrer a apps para múltiplos fins: desde obter um empréstimo em segundos, jogar e ganhar dinheiro, até apoiar criadores favoritos e também ser recompensado.
Muitas destas apps vão também surgir em ambientes de chat, sob a forma de agentes. Agentes de IA com carteiras são altamente eficazes e vão ajudar os utilizadores a navegar e participar ativamente na economia global em rápido crescimento. Vão simplificar e melhorar a experiência do utilizador, tal como já acontece noutros setores empresariais.
Estamos entusiasmados para ver aquilo que irá construir onchain. Se está a criar para esta nova realidade—ou se tem uma visão ainda mais ambiciosa para o potencial desta nova era—queremos saber mais. YC, Base e Coinbase Ventures estão prontos para apoiar developers que inovem onchain.