Ultimamente, vários amigos meus têm passado pela situação de terem o cartão bancário congelado, e ao conversar sobre o assunto percebi que há muito mais detalhes por detrás do que se imagina.
Comecemos pela situação mais comum — o congelamento temporário devido a uma transferência de grande valor proveniente de um remetente desconhecido. Atualmente, os bancos estão especialmente atentos a este tipo de operação, aplicando quase sempre a regra do “primeiro congelar por três dias, depois logo se vê”. Durante estes três dias, o banco investiga a origem dos fundos e, se tudo estiver em ordem, normalmente desbloqueia a conta em 3 a 7 dias. Apesar de este procedimento poder ser incómodo, é compreensível, já que há muitos casos de fraude e branqueamento de capitais, e os bancos têm de se proteger.
O verdadeiro problema está em outras duas situações.
A primeira está relacionada com transações de criptomoedas. Isto é particularmente arriscado em Portugal. Se o banco detectar que a tua conta está envolvida em transações de criptomoedas, pode cancelar a conta permanentemente e colocar-te numa lista negra, sem margem para negociação. Porquê tanta severidade? Porque as transações de criptomoedas não são protegidas pela lei em muitos países, e o sector está repleto de atividades duvidosas, sendo frequentemente um canal para dinheiro ilícito e fundos provenientes de fraude. Para evitar riscos e responsabilidades, os bancos optam por medidas radicais.
Fica aqui um conselho: se fores ao balcão para tentar desbloquear a conta, nunca tentes esconder transações relacionadas com criptomoedas. Há quem pense que, se não disser nada, o banco não descobre, mas este tipo de pensamento tende a sair caro — se for apanhado a esconder informação, não só não consegues desbloquear a conta, como ainda te arriscas a problemas legais. A honestidade, especialmente perante instituições financeiras, é fundamental.
A segunda situação, e a pior de todas, é o envolvimento com dinheiro ilícito. Nestes casos, o desbloqueio depende quase exclusivamente da sorte. Dinheiro ilícito está normalmente associado a crimes graves, e os bancos congelam as contas para colaborar com as autoridades e impedir que os fundos continuem a circular de forma ilegal. Nestas circunstâncias, nem vale a pena ir ao balcão suplicar, porque a decisão nem sequer está nas mãos do banco.
No fundo, estas medidas de congelamento, embora possam ser incómodas, existem para proteger a segurança de todo o sistema financeiro. Para as pessoas comuns, o melhor é garantir que a origem dos fundos é sempre limpa e transparente, mantendo-se afastado de operações de legalidade duvidosa. Afinal, quando uma conta é congelada, perde-se não só tempo e dinheiro, mas também reputação e tranquilidade.
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ImpermanentPhobia
· 17h atrás
Veterano do mundo das criptomoedas, ao ler este artigo só me apetece dizer uma coisa — atualmente, a atitude do país em relação ao mundo das criptomoedas é realmente de tolerância zero: se dizem que é banido permanentemente, é mesmo banido permanentemente, sem qualquer margem para negociação.
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ShibaMillionairen't
· 18h atrás
Ah, as pessoas do mundo cripto são as que mais sofrem, basta o banco ver o histórico de transações e bloqueia logo, nem há oportunidade para explicar.
Para ser sincero, o pessoal do cripto é realmente um alvo fácil, mas esconder só piora, depois ainda é mais problemático.
Esta atitude dos bancos é mesmo dura, mas se pensarmos bem, também é compreensível, há mesmo muito esquema de dinheiro sujo e fraude.
Cancelamento permanente? Isso soa muito mais assustador do que um congelamento temporário.
As criptomoedas são um assunto demasiado sensível nas políticas nacionais, então os bancos preferem cortar tudo de uma vez, é uma forma de se protegerem.
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FlashLoanLarry
· 18h atrás
O maior medo das pessoas do mundo cripto é mesmo este: uma vez que a conta é bloqueada, basicamente é o fim da linha nas exchanges.
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Ahah, os bancos são mesmo implacáveis, basta detectarem o mínimo sinal de cripto e aplicam logo uma sanção permanente, nem dá para conversar.
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É por isso que é preciso usar várias contas, apesar de ser chato, pelo menos assim não ficas logo fora do jogo de uma só vez.
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Aquela conversa da integridade é só para ouvir, o importante é não deixar o banco apanhar-te em falso, já houve demasiada gente a cair nessa.
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Quando se trata de dinheiro sujo, aí já não há volta a dar, o banco é basicamente o braço das autoridades, por mais injusto que seja, não adianta reclamar.
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Aceito que bloqueiem transferências de grandes valores durante três dias, afinal, usando stablecoins estes dias a mais não fazem grande diferença.
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AirdropHunterZhang
· 18h atrás
Ai minha nossa, uma conta no mundo das criptomoedas congelada é logo banimento permanente, esta atitude é mesmo implacável.
É por isso que nunca deixo as criptomoedas entrarem no país, até os airdrops gratuitos vão sempre para uma carteira on-chain, recuperar o investimento é que é fundamental.
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FloorSweeper
· 18h atrás
lol, os bancos basicamente disseram "vamos encerrar a tua conta primeiro, fazer perguntas nunca" quando se trata de cripto... típico teatro de gestão de risco. mãos de papel vão acabar lixadas na mesma 🤷
Ultimamente, vários amigos meus têm passado pela situação de terem o cartão bancário congelado, e ao conversar sobre o assunto percebi que há muito mais detalhes por detrás do que se imagina.
Comecemos pela situação mais comum — o congelamento temporário devido a uma transferência de grande valor proveniente de um remetente desconhecido. Atualmente, os bancos estão especialmente atentos a este tipo de operação, aplicando quase sempre a regra do “primeiro congelar por três dias, depois logo se vê”. Durante estes três dias, o banco investiga a origem dos fundos e, se tudo estiver em ordem, normalmente desbloqueia a conta em 3 a 7 dias. Apesar de este procedimento poder ser incómodo, é compreensível, já que há muitos casos de fraude e branqueamento de capitais, e os bancos têm de se proteger.
O verdadeiro problema está em outras duas situações.
A primeira está relacionada com transações de criptomoedas. Isto é particularmente arriscado em Portugal. Se o banco detectar que a tua conta está envolvida em transações de criptomoedas, pode cancelar a conta permanentemente e colocar-te numa lista negra, sem margem para negociação. Porquê tanta severidade? Porque as transações de criptomoedas não são protegidas pela lei em muitos países, e o sector está repleto de atividades duvidosas, sendo frequentemente um canal para dinheiro ilícito e fundos provenientes de fraude. Para evitar riscos e responsabilidades, os bancos optam por medidas radicais.
Fica aqui um conselho: se fores ao balcão para tentar desbloquear a conta, nunca tentes esconder transações relacionadas com criptomoedas. Há quem pense que, se não disser nada, o banco não descobre, mas este tipo de pensamento tende a sair caro — se for apanhado a esconder informação, não só não consegues desbloquear a conta, como ainda te arriscas a problemas legais. A honestidade, especialmente perante instituições financeiras, é fundamental.
A segunda situação, e a pior de todas, é o envolvimento com dinheiro ilícito. Nestes casos, o desbloqueio depende quase exclusivamente da sorte. Dinheiro ilícito está normalmente associado a crimes graves, e os bancos congelam as contas para colaborar com as autoridades e impedir que os fundos continuem a circular de forma ilegal. Nestas circunstâncias, nem vale a pena ir ao balcão suplicar, porque a decisão nem sequer está nas mãos do banco.
No fundo, estas medidas de congelamento, embora possam ser incómodas, existem para proteger a segurança de todo o sistema financeiro. Para as pessoas comuns, o melhor é garantir que a origem dos fundos é sempre limpa e transparente, mantendo-se afastado de operações de legalidade duvidosa. Afinal, quando uma conta é congelada, perde-se não só tempo e dinheiro, mas também reputação e tranquilidade.