Recentemente, amigos que acompanham o mercado certamente perceberam que a tela está cheia de discussões sobre a redução de juros pelo Federal Reserve. Que "virada histórica", que "ponto de início de um mercado em alta", várias opiniões disputando espaço de forma barulhenta. Mas, para ser honesto: se você ainda espera lucrar com essa política agora, provavelmente está sonhando acordado — porque o prato principal dessa festa, há semanas, já foi dividido pelo dinheiro inteligente.

Depois de algum tempo nesse mercado, fica claro um princípio: o mercado sempre antecipa as notícias. As principais moedas digitais passaram de 80 mil dólares para 94 mil, aparentemente por uma ruptura técnica, na verdade, é o capital apostando loucamente na "expectativa de redução de juros". Agora que a política realmente se concretizou, se você só perceber isso agora e tentar entrar, será como tentar subir no carro dos primeiros a chegar.

Aqui, é preciso dizer um fato que pode surpreender muita gente: a reunião de redução de juros de ontem nem é o foco mais importante a seguir. O verdadeiro evento que pode causar ondas gigantes é o sinal de aumento de juros vindo do Banco do Japão na próxima semana! Não subestime esse movimento — seu impacto na liquidez global, em certa medida, pode ser até mais forte do que as operações do Federal Reserve.

Quem gosta de história deve se lembrar da crise financeira que varreu a Ásia em 1998. Na época, o Japão encerrou um longo período de taxas de juros extremamente baixas, e isso foi como derrubar a primeira peça do dominó — toda a cadeia de financiamentos na Ásia quebrou, as taxas de câmbio despencaram, os preços dos ativos colapsaram, e até hoje essa cena assusta. Talvez alguém diga: já faz quase trinta anos, ainda funciona? A verdade é que esse mecanismo de funcionamento ainda está ativo, só que agora com uma máscara mais oculta.

Vamos analisar a lógica fundamental: nos últimos anos, a jogada preferida do capital internacional se chama "carry trade" — ou seja, pegar dinheiro em países com juros baixos e investir em mercados de maior retorno para ganhar a diferença. O Japão tem sido, por anos, a maior "caixa eletrônico" do mundo, muitas instituições usam financiamento em yen. Mas, se o Banco do Japão realmente aumentar os juros, o custo do dinheiro emprestado subirá abruptamente, e esses fundos altamente alavancados terão que fazer uma liquidação forçada, retornando ao mercado. E aí... o espetáculo está só começando.

Portanto, neste momento, ao invés de ficar feliz com a política de redução de juros já implementada, é melhor ficar atento às movimentações do yen. O mercado nunca revela claramente as oportunidades em seus anúncios; as verdadeiras mudanças muitas vezes estão escondidas nos detalhes que todos tendem a ignorar.