Fonte: CritpoTendência
Título Original: Tether avalia tokenizar o seu capital e abre uma fissura inédita entre cripto e Wall Street
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A Tether, a empresa por trás da stablecoin mais utilizada do mundo, está a explorar uma jogada que pode redefinir a relação entre mercados privados, blockchain e capital global: a possível tokenização do seu próprio equity.
A análise surge enquanto a empresa avança numa venda de ações que procura arrecadar até $20.000 milhões e alcançar uma avaliação próxima de $500.000 milhões, segundo reportou a Bloomberg.
Não se trata de um anúncio formal nem de uma decisão tomada. Mas o simples facto de a Tether estar a avaliar esta alternativa marca um ponto de inflexão: pela primeira vez, um dos atores mais grandes do sistema financeiro cripto considera usar a tokenização não para ativos externos, mas para a sua própria estrutura acionista.
Liquidez sem IPO: o problema que a Tether tenta resolver
De acordo com as informações, a Tether não planeia permitir que os acionistas atuais vendam na ronda principal de financiamento. Isso deixa esses investidores numa posição incómoda: uma empresa altamente rentável, com avaliação em ascensão, mas sem uma via clara de saída a curto prazo.
A tokenização aparece como uma possível solução. Converter participações acionistas em representações digitais permitiria criar liquidez alternativa, sem depender de uma saída à bolsa imediata. A Bloomberg indica que a empresa também avalia outros mecanismos tradicionais, como recompras de ações, embora não exista um cronograma definido para uma eventual IPO.
Hadron: a infraestrutura já existe
A ideia não surge do nada. Em novembro de 2024, a Tether lançou o Hadron, a sua unidade dedicada à tokenização de ativos do mundo real, permitindo emitir representações em blockchain de ações, títulos e commodities.
Qualquer esquema de equity tokenizado poderia apoiar-se nessa infraestrutura, embora as fontes citadas esclareçam que ainda não há uma decisão tomada. Ainda assim, o movimento encaixa numa estratégia mais ampla: a Tether não só emite USDT, mas procura posicionar-se como fornecedora de infraestrutura financeira nativa de blockchain.
Tensões internas e controlo do preço implícito
O debate sobre a tokenização surge em paralelo a tensões internas. Segundo o relatório, a Tether teria intervindo para travar pelo menos um acionista que tentou vender a sua participação com um forte desconto, o que teria implicado uma avaliação próxima de $280.000 milhões, muito abaixo do objetivo atual.
A empresa teria classificado esses esforços como imprudentes e temerários, deixando claro que não permitirá atalhos que erosionem a narrativa de valor que procura consolidar nesta ronda. A mensagem é contundente: a Tether quer controlar não só o seu capital, mas também a forma como é avaliado.
Um gigante privado num mercado ainda imaturo
Com $186.000 milhões em USDT em circulação e uma projeção de $15.000 milhões em lucros anuais, a Tether já joga numa liga diferente. Uma avaliação de $500.000 milhões colocá-la-ia entre as empresas privadas mais valiosas do mundo, muito acima dos seus pares cripto.
No entanto, os mercados de equity tokenizado continuam pequenos. Embora a tokenização de ativos reais ultrapasse os $18.000 milhões a nível global, continua a ser uma fração mínima do sistema financeiro tradicional. A diferença é que, desta vez, o experimento não viria da periferia, mas de um dos centros de poder do ecossistema.
A sinalização de fundo
Para além de se a tokenização do equity se concretizar ou não, a mensagem é clara: as fronteiras entre capital privado, mercados públicos e blockchain começam a difuminar-se. A Tether não só observa esse processo; está a considerar protagonizá-lo.
Se uma empresa deste tamanho conseguir oferecer liquidez acionista via blockchain antes de uma IPO, o precedente poderia mudar a forma como as grandes empresas do futuro se financiam, avaliam e negociam.
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Tether avalia tokenizar o seu capital e abre uma fissura inédita entre cripto e Wall Street
Fonte: CritpoTendência Título Original: Tether avalia tokenizar o seu capital e abre uma fissura inédita entre cripto e Wall Street Link Original: A Tether, a empresa por trás da stablecoin mais utilizada do mundo, está a explorar uma jogada que pode redefinir a relação entre mercados privados, blockchain e capital global: a possível tokenização do seu próprio equity.
A análise surge enquanto a empresa avança numa venda de ações que procura arrecadar até $20.000 milhões e alcançar uma avaliação próxima de $500.000 milhões, segundo reportou a Bloomberg.
Não se trata de um anúncio formal nem de uma decisão tomada. Mas o simples facto de a Tether estar a avaliar esta alternativa marca um ponto de inflexão: pela primeira vez, um dos atores mais grandes do sistema financeiro cripto considera usar a tokenização não para ativos externos, mas para a sua própria estrutura acionista.
Liquidez sem IPO: o problema que a Tether tenta resolver
De acordo com as informações, a Tether não planeia permitir que os acionistas atuais vendam na ronda principal de financiamento. Isso deixa esses investidores numa posição incómoda: uma empresa altamente rentável, com avaliação em ascensão, mas sem uma via clara de saída a curto prazo.
A tokenização aparece como uma possível solução. Converter participações acionistas em representações digitais permitiria criar liquidez alternativa, sem depender de uma saída à bolsa imediata. A Bloomberg indica que a empresa também avalia outros mecanismos tradicionais, como recompras de ações, embora não exista um cronograma definido para uma eventual IPO.
Hadron: a infraestrutura já existe
A ideia não surge do nada. Em novembro de 2024, a Tether lançou o Hadron, a sua unidade dedicada à tokenização de ativos do mundo real, permitindo emitir representações em blockchain de ações, títulos e commodities.
Qualquer esquema de equity tokenizado poderia apoiar-se nessa infraestrutura, embora as fontes citadas esclareçam que ainda não há uma decisão tomada. Ainda assim, o movimento encaixa numa estratégia mais ampla: a Tether não só emite USDT, mas procura posicionar-se como fornecedora de infraestrutura financeira nativa de blockchain.
Tensões internas e controlo do preço implícito
O debate sobre a tokenização surge em paralelo a tensões internas. Segundo o relatório, a Tether teria intervindo para travar pelo menos um acionista que tentou vender a sua participação com um forte desconto, o que teria implicado uma avaliação próxima de $280.000 milhões, muito abaixo do objetivo atual.
A empresa teria classificado esses esforços como imprudentes e temerários, deixando claro que não permitirá atalhos que erosionem a narrativa de valor que procura consolidar nesta ronda. A mensagem é contundente: a Tether quer controlar não só o seu capital, mas também a forma como é avaliado.
Um gigante privado num mercado ainda imaturo
Com $186.000 milhões em USDT em circulação e uma projeção de $15.000 milhões em lucros anuais, a Tether já joga numa liga diferente. Uma avaliação de $500.000 milhões colocá-la-ia entre as empresas privadas mais valiosas do mundo, muito acima dos seus pares cripto.
No entanto, os mercados de equity tokenizado continuam pequenos. Embora a tokenização de ativos reais ultrapasse os $18.000 milhões a nível global, continua a ser uma fração mínima do sistema financeiro tradicional. A diferença é que, desta vez, o experimento não viria da periferia, mas de um dos centros de poder do ecossistema.
A sinalização de fundo
Para além de se a tokenização do equity se concretizar ou não, a mensagem é clara: as fronteiras entre capital privado, mercados públicos e blockchain começam a difuminar-se. A Tether não só observa esse processo; está a considerar protagonizá-lo.
Se uma empresa deste tamanho conseguir oferecer liquidez acionista via blockchain antes de uma IPO, o precedente poderia mudar a forma como as grandes empresas do futuro se financiam, avaliam e negociam.