Naquela onda de 2021, vários amigos meus à minha volta enlouqueceram a ganhar dinheiro no mundo das criptomoedas, todos com saldos a ultrapassar o milhão. Mas o desfecho vocês já devem adivinhar — depois de um ciclo de bear market em 2022, não só perderam os lucros como quase todo o capital investido.

Onde é que eles perderam? Não foi por falta de visão, nem por terem escolhido as moedas erradas, foi por um ponto fatal: não saber sair.

Pegando no exemplo do Bitcoin e do Ethereum, muita gente fica obcecada em vender no ponto mais alto, sonhando com aquela “fuga perfeita do topo”. Qual é a realidade? O mercado nunca te avisa antecipadamente onde está o topo, quando dás por ela, o dinheiro já evaporou quase todo.

Eu uso uma estratégia diferente — sair por etapas, como quem desce as escadas devagar. Entrei com 150.000, saí no final com 500.000. O método não é complicado, o segredo está na execução.

**Primeira fase: ao duplicar, saco logo 30%**
Em março de 2021, o Ethereum que eu tinha subiu de $1.800 para $3.600, ou seja, duplicou. Não hesitei, vendi logo 30% da posição e recuperei 54.000 do capital inicial. O bom deste movimento é que os 126.000 que restam ficam como “lucro grátis” — mesmo que o mercado caia a pique depois, não me custa, porque o capital já está a salvo. Depois disto, a cabeça fica tranquila.

**Segunda fase: vendo mais 40% quando vejo sinais de euforia**
Em meados de maio, o mercado começou a dar sinais estranhos. Amigos que nem sabiam usar uma wallet perguntavam como comprar moedas, e nos grupos cada queda de 10% era vista como “oportunidade de compra”, enquanto os dados on-chain mostravam as baleias a sair discretamente. Com todos estes sinais, soube que era hora de agir. O preço estava nos $3.800, vendi mais 40% da posição e garanti logo 150.000 de lucro. Apesar de o Ethereum ainda ter subido até ao máximo de $4.878, não lamentei — o que tinha a ganhar já estava no bolso.

**Terceira fase: liquido o resto quando o bear market é claro**
Em janeiro de 2022, o preço já tinha caído mais de metade do topo e três meses seguidos de quedas deixaram o mercado assustadoramente parado. Nessa altura, vendi os 30% finais, com um preço médio de $2.800. No fim das contas, os 150.000 iniciais tornaram-se 380.000, um lucro líquido de 230.000.

A lógica desta estratégia é simples, mas o desafio verdadeiro é resistir à natureza humana.

Muita gente pensa “e se esperar mais um pouco? Pode ser que ainda suba outra vez”, e o que acontece é que a conta vai a zero.

No mercado, tentar aprender sozinho é receita para se perder pelo caminho.